A adolescência é uma fase encantadora da vida, porém acompanhada também de muitas dificuldades tanto para os pais quanto para o jovem que se desenvolve.
Os pais já não podem mais supervisionar e proteger seus filhos como quando eram criança, precisando agora colocar a confiança naquilo que já passaram para eles.
É também uma fase em que os pais deixam de ser percebidos como as figuras idealizadas e perfeitas que foram durante a infância dos filhos. Para os pais esta desidealização não é nada fácil.
Mesmo que conheçam o que traz esta fase, os pais passam por uma série de dúvidas, medos e ansiedades frente às novas exigências que agora lhe são imposta.
É uma fase em que os pais normalmente estão deixando sua condição de adulto jovem. É uma época de balanços sobre o que já conquistaram e o que está para ser conquistado. Podem sentir-se frustrados pela constatação de quanto de suas aspirações como adolescentes não foram concretizadas.
A adolescência dos filhos inevitavelmente irá mexer com a adolescência vivida pelos pais.
Alguns pais podem querer identificar-se com o filho adolescente e agir como tal, achando que desta forma irá se comunicar melhor com ele, negando suas responsabilidades parentais. Alguns deixam o adolescente "solto" achando que agora que cresceram a responsabilidade é deles e que já fizeram o suficiente. Há também outros que ficam excessivamente ansiosos e preocupados podando as iniciativas e possibilidades de independência dos filhos, lidando com eles como se fossem crianças indefesas.
A autoridade dos pais neste momento é muito importante, até muitas vezes só para ser contrariada. No entanto para que a autoridade seja benéfica precisa basear-se em condutas coerentes, estando o discurso dos pais de acordo com as atitudes que praticam. Caso ao contrario esta autoridade não terá efeito. Por exemplo, pais que fumam, repreenderem seus filhos por fumarem.
Muitas vezes os adolescentes testam os pais em sua capacidade de dar limite. A fim de conferirem se os pais estão interessados e ou preocupados com eles. Os pais não podem se iludir com a falsa aparência de segurança e maturidade que o adolescente tenta transmitir algumas vezes. Por traz desta fachada de segurança há dúvidas, medos, pedido de limites e compreensão.
O diálogo é muito importante. Os argumentos dos filhos quando coerentes devem ser reconhecidos pelos pais e respeitados. Dar-se conta de que se cometeu um erro e voltar atrás, não significa perda da autoridade dos pais, ao contrário serve para reforçar a confiança e o vínculo afetivo.
Texto de autoria de Rosângela Martins - Todos os direitos reservados
Psicóloga Porto Alegre
CRP 07/05917