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Mãe

ADULTO

Quem ela é?

A mãe é para a maioria, a mãe idealizada.

A mãe que todo filho sonhou e desejou. A mãe presente, acolhedora, tolerante e com um amor incondicional. A mãe da propaganda de TV.

A origem deste sentimento está no início da vida, quando o recém-nascido em seu estado de impotência e de extrema dependência, indiferenciado inicialmente de seu cuidador, que nas muitas vezes é a mãe, dá a ela o reconhecimento do poder, de dar e manter a vida. Um sentimento extremamente profundo e de imensa importância, que permanece no inconsciente coletivo.

O ser humano fica muito tempo dependente até adquirir condições para se prover. Por tanto, é inegável o poder de uma mãe.

Enquanto cumpre as etapas do desenvolvimento, a criança tem uma grande influencia de seu cuidador, que na maioria das vezes é a mãe mais diretamente.

Esta mãe que todo filho sonha, que muitas se cobram ser e que muitos cobram que seja. Não existe!

Mas mesmo assim, o desejo de uma mãe idealizada persiste. Sonha-se com ela e cobra-se que ela seja perfeita.

Esta mãe é na verdade uma pessoa que tem seus erros e acertos. Às vezes mais erros que acertos e às vezes mais acertos que erros.

Não existe um manual. Existem são pessoas. Mãe e filho, cada um com suas características, e uma relação.

Uma relação que se constrói.

Diferente do que se pensa e deseja crer, uma mãe não se faz boa por natureza, ou seja, só por que é mãe.

Este ideal de mãe tão apregoado traz muitos problemas. Desvia as capacidades. Muitas vezes, a mãe pode se preocupar muito mais em atender a este ideal. Quando consegue, erra, e se não consegue, se condena e erra também. Quando consegue, faz o papel de uma caricatura de mãe, distante de si e consequentemente distante do filho. Desta forma, tende a se atrapalhar quanto aos limites dentro desta relação. Querendo acertar este lugar de boa mãe, muitas gratificam em demasia, fragilizam seus filhos, pensando que ser uma boa mãe é não gerar tristeza nem frustração a ele. Estando assim, muito mais preocupada com um ideal, do que em poder entender o que se passa entre eles.

Muitas vezes, quando não conseguem atender, tanto quanto se cobram, e não conseguem por que não é possível, se culpam. Se culpando, se atrapalham.

A intimidade desta relação sugere um afeto positivo maior, mas não necessariamente que seja assim.

A mãe traz sua historia de vida, seus conflitos mais ou menos resolvidos e dependendo da sua condição emocional, tende a transferir suas dificuldades afetivas as suas relações e principalmente aos mais íntimos, como o filho.

O filho durante seu crescimento tem a difícil tarefa de ir desconstruindo este ideal. Os que amadurecem de uma forma mais saudável, irão se confrontando com a realidade e entendendo paulatinamente que a mãe é uma mulher que despenhou e desempenha um papel importante em sua vida, mas que esta condição, não a faz diferente das outras pessoas frente aos desafios da vida.

A mãe durante o desenvolvimento do seu filho precisará também entender que foi, e é importante para ele, mas que o mundo e as necessidades de uma criança são maiores ao que ela pode ofertar, precisando reconhecer esta realidade e ajuda-lo para uma satisfatória trajetória, do estado de dependência para o de independência.

A “boa mãe” pode ser a que esteja mais em paz consigo mesma. Que perceba mais a si e se sinta identificada. Reconheça o bastante suas potencialidades e fragilidades, a fim de poder estar mais inteira frente a suas escolhas e ao outro. Assim, poderá contribuir de uma forma saudável ao desenvolvimento do filho.

Esta mãe conseguirá ver melhor a si e ao filho, o suficiente para identifica-lo e assim respeita-lo, como respeita a si.

Tenderá a perceber as formas necessárias de proteção e amparo ao filho, durante seu desenvolvimento.

Não acertará todas, errará muitas vezes, mas estará propensa a olhar, pensar, perceber suas dificuldades e a buscar soluções, tanto quanto possível, para os problemas enfrentados.

Indicação de Filme:
Clube da Sorte e da Felicidade
Título Original The Joy Luck Club
Direção: Wayne Wang
Roteiro: Amy Tan e Ronald Bass
Ano: 1993
País: EUA

Texto de autoria de Rosângela Martins - Todos os direitos reservados
Psicóloga Porto Alegre
CRP 07/05917